Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Alagoas

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Sindguarda Alagoas

Os guardas municipais de São Miguel dos Campos decidiram iniciar um aquartelamento a partir da próxima quarta-feira, dia 24 de setembro, até 3 de outubro. A definição aconteceu por unanimidade durante assembleia conjunta realizada pelo Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Alagoas (Sindguarda-AL) e pela Associação dos Guardas Municipais de São Miguel dos Campos (AGM-SMC) no último sábado (20).

A medida é uma resposta à ausência de condições mínimas de trabalho e poderá ser prorrogada caso não haja avanços nas negociações.

Entre as reivindicações estão a disponibilização de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), como coletes balísticos, rádios comunicadores, armamentos e munições, além de melhorias estruturais na sede da corporação. Atualmente, os agentes atuam com coletes vencidos e sem equipamentos adequados, o que coloca em risco não apenas sua segurança, mas também a proteção da população miguelense e do patrimônio público.

Outro ponto que agrava a situação é a defasagem salarial. A categoria relata que o salário inicial está abaixo do salário-mínimo legal e os guardas denunciam que precisam arcar, com recursos próprios, com a compra de armas, munições e até cursos de capacitação. A falta de estrutura para repouso durante os plantões e a precariedade na comunicação entre as equipes também estão entre os problemas denunciados.

Histórico de mobilizações

A decisão de aquartelamento faz parte de um processo contínuo de mobilização da categoria em São Miguel dos Campos, que vem denunciando a precariedade estrutural e salarial da corporação.

No dia 12 de maio, os guardas municipais realizaram um ato de advertência em frente ao Mercado Público Municipal, com apoio do Sindguarda-AL. Na ocasião, denunciaram a ausência de EPIs, viaturas sucateadas, cortes de horas extras e estagnação salarial, que já acumulava seis datas-base sem cumprimento.

Em 12 de junho, a categoria voltou às ruas em uma grande manifestação que contou com o apoio da população e de movimentos sociais que integram o coletivo MÃOS UNIDAS. Intitulado “Caminhada pacífica: Um clamor por segurança pública e mudanças já”, o protesto saiu da Praça da Matriz e percorreu o Centro da cidade até a sede da prefeitura. Durante o ato, foram fincadas cruzes com sangue simbólico para representar as vítimas da violência, e manifestantes denunciaram tanto o abandono da Guarda Municipal quanto o aumento abusivo da tarifa de água.

Na ocasião, o vice-presidente do Sindguarda-AL, Charles Sanches, destacou que a desvalorização da Guarda compromete também a economia local: “Sem valorização, o servidor não tem poder de compra e a população não se sente segura. Isso esvazia o comércio. Por isso as lojas estão assim, vazias”. Já Rafael Santos, diretor do sindicato, lembrou que a cidade, que já figurou entre as mais seguras do país, hoje ocupa o quarto lugar entre as mais violentas de Alagoas.

Apesar de reuniões com representantes da prefeitura, até o momento não houve avanços concretos nas pautas apresentadas.

Apelo à população e autoridades

Com o início do aquartelamento nesta quarta-feira (24), os guardas municipais apelam às autoridades competentes para que as demandas sejam tratadas com urgência. A categoria destaca que não busca prejudicar a população, mas sim garantir condições básicas de trabalho que assegurem a vida dos agentes e o direito da sociedade a um serviço de segurança pública de qualidade.