Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Alagoas

a

Menu

Sindguarda Alagoas

Os guardas municipais de São Miguel dos Campos protagonizaram mais um ato público por valorização profissional e por investimentos na segurança pública do município. A manifestação, realizada nesta quinta-feira (12), também contou com a participação da população e de representantes de diversos movimentos sociais que integram o coletivo MÃOS UNIDAS.

A ação intitulada “Caminhada pacífica: Um clamor por segurança pública e mudanças já” teve início na Praça da Matriz, no Centro da cidade, onde os manifestantes denunciaram a escalada da violência, a precariedade da Guarda Municipal e os problemas enfrentados pela população, como o aumento abusivo da tarifa de água. Logo no início do protesto, foram fincadas cruzes com sangue simbólico no gramado da praça, representando as vidas perdidas pela violência. Dois voluntários se deitaram ao chão, simulando corpos, em frente a um banner com a foto do prefeito George Clemente e a frase: “Gestor que não investe é inimigo da segurança pública”.

Charles Sanches denunciou a precariedade da Guarda Municipal: “Estamos há seis anos sem reajuste na data-base. O salário inicial hoje é de R$1.069, um absurdo. Temos apenas duas viaturas sucateadas, que vivem mais nas oficinas do que nas ruas. Enquanto isso, a criminalidade só cresce. O gestor que não investe na Guarda é amigo do crime”. Já Rafael Santos, diretor do sindicato, lembrou que São Miguel dos Campos, que já foi considerada uma das cidades mais seguras do país, hoje ocupa o quarto lugar entre as mais violentas de Alagoas.

O ato também trouxe à tona outras demandas da população. Ana Luísa, líder comunitária do Movimento Águas Abusivas do Sertão, apresentou relatos dos moradores, como Maria, que alertou sobre o alto custo das contas de água: “Desde dezembro estamos por melhorias nas contas de água, que estão vindo muito caras e a população não está conseguindo pagar”. Jairo, representante do movimento em Marechal Deodoro, destacou: “Esse é um movimento estadual contra a privatização da água e esgoto. Alagoas tem a responsabilidade de se manifestar, pois foi o primeiro estado a privatizar esse serviço”.

A caminhada seguiu pelas ruas do Centro, passou pela Câmara de Vereadores e foi encerrada na sede da prefeitura. Durante todo o trajeto, os manifestantes dialogaram com a população, que expressou apoio à mobilização. No Centro comercial, Charles Sanches, vice-presidente do Sindguarda-AL, destacou que a desvalorização da Guarda afeta toda a economia local: “Sem valorização, o servidor não tem poder de compra e a população não se sente segura. Isso esvazia o comércio. Por isso as lojas estão assim, vazias”.

Na Câmara, os participantes pediram apoio dos vereadores. Já em frente à prefeitura, outro ato simbólico foi realizado: com sangue fictício, os manifestantes escreveram no chão o nome do prefeito. Em seguida, uma comissão formada por representantes do Sindguarda-AL, AGM-SMC, Proale, Movimento Águas Abusivas do Sertão e ONG Plantar e Acolher se reuniu com o secretário de Gabinete Civil, Fernandes Palmeira. Eles falaram novamente sobre as reivindicações já protocoladas no ato anterior, realizado em 12 de maio.

Apesar da reunião com o secretário do Gabinete Civil, até o momento não houve avanço concreto nas demandas apresentadas. Caso a prefeitura não dê retorno em até 10 dias, o coletivo MÃOS UNIDAS avalia convocar uma nova mobilização.

A caminhada foi organizada pelo coletivo MÃOS UNIDAS, formado pelo Sindguarda-AL, AGM-SMC, Proale, Movimento Águas Abusivas do Sertão, ONG Plantar e Acolher, Comitê de Fiscalização da Privatização da Água, 3º ST MD e comunidades locais.