Sindicato dos Guardas Civis Municipais de Alagoas

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O “Candido Grupo de Judô” é um projeto social criado pelo guarda municipal Irã Cândido. Realizado na Guarda Municipal de Maceió desde 2010, o projeto une crianças, jovens e adultos para a prática do judô nas noites de segundas, quartas e sextas-feiras. Entre eles, está o jovem Lucas Gabriel Henrique dos Santos, que iniciou no projeto com apenas 3 anos de idade, sendo um dos primeiros alunos. Entre as conquistas dele na categoria sub 13, ano passado, destacam-se o 1º lugar no Open Norte-Nordeste de Judô, 1º lugar no Campeonato Alagoano Escolar e 1º lugar no V Open Sesc de Judô. Quem vê os títulos conquistados no esporte pelo menino, hoje com 11 anos, nem imagina que a maior batalha ele travou fora dos tatames.

Foto: reprodução Semscs

Aos 7 anos, Lucas descobriu com uma doença rara e de difícil diagnóstico: anemia aplástica ou aplasia da medula óssea. Sua avó, a também guarda municipal Sandra Maria, disse que a vontade de voltar ao judô era um estímulo para ele enfrentar a situação. “Após o diagnóstico da doença do Lucas, foram previstos apenas mais três meses de vida e ele precisou ir diversas vezes para UTI, onde recebia plaquetas todos os dias. Foi um sofrimento muito grande e ele sempre falava em voltar ao esporte”, relata a avó.

O criador do projeto, fala sobre o difícil momento que seu aluno passou. “Ver o Lucas doente foi um momento muito triste, mas nós conseguimos mobilizar pais e professores para doações de sangue. Passamos muito tempo fazendo campanhas e acompanhando de perto o drama da família”, relata Irã Candido.

Aplasia na medula óssea é uma doença caracterizada pelo funcionamento deficiente da medula óssea, que não produz células do sangue, como leucócitos, eritrócitos e plaquetas. O paciente precisa receber constantes transfusões de sangue para correção da anemia ou das plaquetas, pois a redução dos glóbulos brancos diminui as defesas do organismo, deixando-o mais vulnerável a adquirir infecções.

Lucas iniciou um tratamento que traria sua cura com um medicamento chamado Timoglobulina, que veio por doação da mãe de um paciente que tinha a mesma doença, porém havia falecido após receber a primeira dose. A avó de Lucas lembra o momento decisivo para o tratamento do neto. “O médico de Lucas aconselhou que fizéssemos o teste do medicamento nele para vermos como a medicação reagiria e, então, Lucas tomou 15 doses do medicamento”.

A medicação ajudou o menino a alcançar melhora no seu estado de saúde e há alguns meses, o judoca está com medicação suspensa e a doença está estável. Sua avó fala: “para mim, é um grande privilégio ver o meu neto vencendo essa batalha e para crianças que se encontram na busca da cura, tenham fé, força, que Deus está em primeiro lugar. E para quem estiver lendo essa matéria, doem sangue, doem medula, em Maceió o índice de doadores de medula é muito baixo e existem muitas pessoas necessitando”.

A mãe de Lucas, Edcarla dos Santos, acredita que o judô foi um grande incentivo para a melhora do filho. “Hoje sinto-me uma mãe vitoriosa por tudo que meu filho passou, o judô foi importante para a melhora dele. O que passei não é para todas as mães, me sinto vencedora. Para as mães que se encontram na situação que eu me encontrava, com meu filho doente, digo para terem fé que Deus ajuda em todas as batalhas”.

Lucas voltou a praticar o esporte em 2017, com liberação dos médicos, já conquistou vários títulos em campeonatos. Ele fala entusiasmado sobre sua superação. “Saber que venci essa batalha é muito bom. O judô me ajudou bastante, quando eu estava triste, ficava feliz quando lutava. Eu tenho um sonho de chegar um dia na faixa do sensei Irã. E para outras crianças que estejam passando o que eu passei, tenham fé em Deus que um dia vocês conseguirão vencer”.

O Projeto

Realizado na sede da Guarda Municipal, qualquer pessoa pode participar, basta comparecer à sede da GM, no bairro do Vergel, nos dias de aula, junto aos pais ou responsável legal para autorizar. Os documentos necessários são: cópia e original da certidão de nascimento ou documento de identificação. No local, haverá uma entrevista na qual serão avaliados itens como: cartão de vacina atualizado, se o menor vai à escola, e como é seu comportamento.

Interessados em ajudar o projeto podem entrar em contato pelo telefone (82) 99922-5179 ou pelo e-mail iracandido@hotmail.com. Podem ser doados materiais como tatames, tecidos para confecção de kimonos ou kimonos prontos, inclusive usados e em bom estado de conservação.

Fonte: Ascom Semscs