AL tem maior número de registros de armas no NE e queda histórica de homicídios

Contrariando o discurso de que mais armas registradas nas mãos do cidadão comum representa o aumento no número de homicídios de forma imediata e com relação proporcional, o Estado de Alagoas registrou quase 9.774 novas armas de fogo e expediu mais de 9 mil registros no ano de 2020, mas ao mesmo tempo viu a queda no número de homicídios – com base nos dados divulgados em agosto pelo próprio governo do Estado – cair significativamente. Em Maceió, cidade que registra mais ocorrências, a queda foi de 28,6%. Quanto às armas de fogo legais, de janeiro a novembro, são 9.308 registros expedidos no Estado.

Isso faz com que Alagoas lidere o ranking de aquisição de novas armas de fogo entre os estados nordestinos. De acordo com os dados da Polícia Federal (PF), mais de mil novas armas foram adquiridas por pessoas físicas. O levantamento aponta ainda que a compra de armas cresceu desde 2018 em todo o país. No ano de 2019, houve uma redução do número de homicídios no território brasileiro também.

Os números dão mais razão ao presidente Jair Bolsonaro, que defende o direito do cidadão à posse e ao porte de arma, que muitos especialistas associam de forma direta às armas legais ao aumento da criminalidade. Para se ter ideia do aumento do número de armas de fogo em Alagoas, no ano 2018, foram 631 novas armas. O número de registros expedidos ficou em 3.768. Em 2019, foram registradas 80.613 novas armas de fogo e 133.856 registros expedidos.

Como mostram as estatísticas da Secretaria e Segurança Pública de Alagoas, esses números não impactaram no aumento do caso de homicídios naquele ano. Em 2019, logo no primeiro semestre, Alagoas foi um dos estados que superou a média de redução de homicídios no país: 26%, ficando com a 8º posição do ranking da queda de crimes letais. Ao final do ano, a taxa de homicídios foi a menor já registrada em Alagoas em duas décadas, alcançando uma redução de 51%.

Os números mostram que o aumento de registro de armas de fogo não se associam ao de homicídios, que possuem outras diversas causas, como explica o especialista em Segurança Pública e autor do livro “Mentiram Para Mim Sobre o Desarmamento”, Bene Barbosa.

“Não há qualquer evidência ou estudo conclusivo que indique que as restrições às armas e o desarmamento compulsório tem o poder de reduzir a criminalidade violenta. Muito pelo contrário, experiências práticas indicam um crescimento nos crimes violentos nesses casos. Um dos maiores exemplos disso é a Inglaterra e o livro “Violência e Armas: A Experiência Inglesa”, da Dra. Joyce Lee Malcolm, prova isso ao analisar mais de 500 anos de dados sobre criminalidade naquele país”, explicou Barbosa.

Ele segue: “as armas não significam mais crimes. Até a ONU (Organização das Nações Unidas), que é a maior patrocinadora de legislações restritivas no mundo, já admitiu em um estudo de 2011, que não existe relação direta entre mais armas e mais homicídios. O Uruguai (o país mais armado da América Latina), possui a segunda menor taxa de homicídios da América do Sul. Ou como o Paraguai onde há pouquíssimas restrições, reduziu os homicídios e hoje têm a terceira menor taxa de homicídios em nosso subcontinente”, finalizou.

Os dados da PF revelam que dos registros de novas armas em 2020 no estado, 1.186, foram feitos por cidadãos comuns; 247 por servidores públicos, correspondente a porte por prerrogativa de função; 155 por empresas de segurança privada; e 7.186 foram feitos por órgãos públicos, sem taxas. Destes, 6.600 ocorreram em setembro. Dentre os estados do Nordeste, Alagoas lidera na quantidade de aquisição de novas armas e é o segundo no total de registros expedidos em 2020, atrás apenas da Bahia.

Em todo o Brasil, os novos registros de armas bateram recorde da série histórica, que teve início em 2009. Enquanto isso, levando em consideração apenas julho de 2020, Alagoas teve queda de 8,1% quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Sem contar que – segundo o secretário de Segurança Pública, coronel Lima Júnior, houve ainda redução de crimes patrimoniais, assaltos à banco e a ônibus, dentre outros.

Fonte: Jornal das Alagoas

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